quarta-feira, 2 de julho de 2014

Valorizar em vida ou depois dela?

"Valorizar em vida ou depois dela?" Esta questão tem-me "atormentado" ultimamente, porque custa ver certas pessoas serem estúpidas com as outras e quando a perdem sentem-se culpadas por tudo o que fizeram, sentem que talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. E depois de muito refletir cheguei à conclusão:

 A vida dá muitas voltas. E por vezes andamos tão distraídos com as nossas coisas, com as nossas próprias preocupações que até nos esquecemos dos outros, esquecemo-nos daqueles que são importantes para nós, daqueles a quem sempre dissemos: "Estarei aqui sempre que precisares". E no fim, eles precisam e nós onde estamos? Estamos preocupados connosco mesmos, estamos preocupados com a nossa única e exclusiva felicidade. E quando nos vemos confrontados com isso só nos ocorrem desculpas, como falta de tempo, por exemplo. No entanto quando realmente uma pessoa é importante para nós, não custa nada perder um minuto que seja do dia para lhe mandar uma mensagem ou ligar! Porque às vezes um gesto tão simples como enviar uma sms dizendo: "Olá! Está tudo bem?" pode fazer a diferença, e faz com que o outro não se sinta só, não se sinta abandonado, porque muitas vezes estamos rodeados de pessoas, sabemos que podemos contar com muita gente, contudo falta aquele amigo tão especial, o melhor amigo, o irmão. Falta aquela pessoa que nos disse tantas vezes: "Estou aqui para tudo, sabes que poderás contar sempre comigo". E chega-nos aquele vazio, aquela solidão, principalmente porque quando ele mais precisou de nós, nós estivemos lá, apesar de andarmos super ocupados, preocupados, apesar da distância que muitas vezes afecta, e quando somos nós a precisar, onde está ele? Nem uma mensagem, nem uma chamada, nem nada!

E neste momento ando assim, sinto-me triste, vazia, sinto que aquela pessoa com quem sempre pensei poder contar me abandonou quando mais precisei. E é triste, saber que quando ela precisou fiz tudo por ela, nunca a deixei só e agora que preciso parece ter-se esquecido que eu existo. E aí eu pergunto a mim mesma: Será que alguma vez fui assim tão importante? Será que todos os momentos que passamos tiveram realmente a importância que dizia ter? Será que alguma vez aquelas palavras realmente tiveram significado?

No entanto, se há coisa que aprendi com a vida, principalmente estes últimos meses é que há realmente pessoas que não merecem as nossas lágrimas, o nosso sofrimento, porque os verdadeiros amigos não são aqueles que vão, mas sim aqueles que apesar da falta de tempo, apesar das ocupações, apesar da distância permanecem sempre... Aprendi também que o ser humano por norma só dá o devido valor às pessoas quando as perde, contudo existem duas perdas: -aquela perda que não tem volta, aquela que só se recorda os momentos passados com a pessoa porque a vida deu uma volta tão grande que sabemos que nunca mais veremos a pessoa, e existe aquela perda que apesar de tudo a qualquer altura ainda nos podemos reencontrar  a pessoa e talvez resolver as coisas, mas nem nesta última costumamos pensar. Mas eu penso muitas vezes, porque a vida são dois dias e a qualquer momento podemos partir sem regresso e aí só vão restar as lembranças, as fotos, as palavras, os momentos, resumindo: só irão restar as recordações. E depois? A dor da perda é tão grande, a dor de uma saudade que é impossível repor, e quando ouvimos dizer que o tempo ajuda, é mentira. O tempo só faz com que a saudade, o vazio, a dor e aquela esperança de tudo não ter passado de um pesadelo aumentem. De resto o tempo não ajuda em nada! A maior ajuda nestas alturas são os verdadeiros amigos, a família. Alguém que não se preocupe em não ter tempo!
Por isso, porque custa tanto pôr o orgulho de lado e darmos valor às pessoas antes que seja tarde demais? Antes que nem um adeus possamos dizer, nem um até já!